2017 e os filmes de super-heróis: O balanço geral

2017 já acabou, já estamos em 2018, mas ainda não cansamos de falar dos filmes que esse ano maravilhoso pro cinema nos trouxe.

Mais especificamente, os filmes de super-heróis, que, novamente, foram 6, a mesma quantidade do ano de 2016. E em 2017, os filmes vieram excelentes! Desde 2014 não sinto tanto conforto com os lançamentos, e posso dizer que não deixei de gostar de nenhum deles.

Que nem em 2016, farei uma avaliação geral de cada filme de super- herói lançado em 2017, fazendo, também, uma classificação entre eles, do “menos melhor” no geral até o “mais melhor” no geral, sob minha análise.

E, claro: MEGA SPOILER ALERT.

6 – GUARDIÕES DA GALÁXIA VOL. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2, 2017)

Direção e roteiro: James Gunn. Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Bradley Cooper, Vin Diesel, Kurt Russell.

O décimo quinto filme do MCU (o Universo Cinematográfico da Marvel) era o filme mais esperado de 2017. O retorno dos aclamados Guardiões da Galáxia, que estrearam nos cinemas em 2014, novamente sob o comando do brilhante diretor e roteirista James Gunn, era o que fazia os corações dos fãs baterem mais forte.

O filme, que se inicia três meses após o final do primeiro, mostra os Guardiões lidando consigo mesmos como uma equipe e uma família, ao mesmo tempo em que o lendário e misterioso alienígena Ego (Kurt Russell), pai biológico de Peter Quill/Senhor das Estrelas (Chris Pratt), reaparece e tenta se reconectar com o filho.

Com diálogos intensos e atuações ainda mais profundas, o Vol. 2 se destacou, diferentemente do Vol. 1, pela carga emocional e dramática apresentada, investindo em várias frentes nessa mesma linha: a construção da relação familiar entre Quill e Ego; o conflito fraternal entre Gamora (Zoe Saldana) e Nebula (Karen Gillian); a amizade estabelecida entre Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff); o obstáculo de Rocket (Bradley Cooper) de trabalhar em equipe; a releitura da relação entre Peter e Yondu (Michael Rooker); e a forma como todos os Guardiões lidam com um bebê na equipe.

Mas quem pensa que não teve ação e comédia, está bem enganado. O Vol. 2 é recheado de cenas cômicas e momentos divertidos durante o filme, especialmente quando tínhamos Drax e Mantis nas telas, os destaques cômicos do filme. Além disso, as cenas de ação, muito mais belas visualmente do que no Vol. 1, são de tirar o fôlego. O filme tem até boas reviravoltas, mostrando Ego, na verdade, como um dos seres mais perigosos da galáxia, transformando ele em vilão de forma repentina, e apresentando uma das maiores ameaças do MCU até então.

Sem falar que Guardiões da Galáxia Vol. 2 pavimenta muito do caminho cósmico que o MCU deverá seguir no futuro, ao mostrar, especialmente, que Adam Warlock, um dos maiores personagens dos quadrinhos, já está em fase de desenvolvimento, para ser usado em uma das próximas aventuras.

Mas, entre tudo que o filme trouxe, o maior destaque é pequeno em tamanho, mas grande em fofura: BABY GROOT! A versão bebê da árvore humanoide é fofa, raivosa, linda, e que dá vontade de ter uma pra si. O maior trunfo do filme, o personagem dublado por Vin Diesel também protagoniza a sequência inicial do filme, considerada uma das melhores já criadas, já eternizando a versão bebê do Groot.

Enquanto o Vol. 1 foi mais cômico e aventuresco, o Vol. 2 foi mais dramático e visionário, almejando não somente o futuro dos Guardiões da Galáxia, mas também o futuro do MCU, especialmente no campo cósmico.

5 – THOR: RAGNAROK (Thor: Ragnarok, 2017)

Direção: Taika Waititi. Roteiro: Eric Pearson, Craig Kyle e Christopher Yost. Elenco: Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Cate Blanchett, Jeff Goldblum, Mark Ruffalo, Anthony Hopkins.

Diferentemente de Guardiões da Galáxia Vol. 2, o terceiro filme da franquia do Deus do Trovão era o filme de super-herói menos aguardado de 2017. Depois do resultado do primeiro filme do Thor e do fracasso da sequência, O Mundo Sombrio, já esperavam que o filme não fosse ser tão bom assim.

O filme aborda a chegada de Hela (Cate Blanchett), a Deusa da Morte, à Asgard, reino de Thor (Chris Hemsworth), ameaçando causar o Ragnarok (o fim de todas as coisas, no mundo nórdico), e expulsando o Deus do Trovão de sua terra natal. No exílio, Thor deve sobreviver a uma batalha de gladiadores no planeta Sakaar, se aliar ao até então desparecido Dr. Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo), ao seu irmão Loki (Tom Hiddleston) e à guerreira Valquíria (Tessa Thompson), e retornar à Asgard para impedir Hela.

E dessa vez, o jogo foi diferente. Thor: Ragnarok foi a maior surpresa de 2017, se revelando um sucesso, e um dos melhores filmes do MCU até então. Com um Thor totalmente diferente de qualquer coisa vista antes nos cinemas, completamente cômico ao mesmo tempo em que estava envolto de conflitos, contando com uma grande atuação de Hemsworth no papel, nos divertimos e nos extasiamos com esse “soft reboot” do Deus do Trovão.

E não só Thor, mas todo o elenco traz uma abordagem completamente nova aos personagens antigos, fazendo um filme novo com personagens antigos de uma forma diferente.

E toda essa nova funcionalidade tem nome e sobrenome: Taika Waititi, o diretor do filme. Conhecido pelos seus filmes independentes, com pegadas cômicas e satíricas, o diretor neozelandês estreia em Hollywood transformando a séria e entediante franquia do Deus do Trovão em um filme de super-heróis cômico, divertido e empolgante, cheio de elementos teatrais e de improvisação, ao mesmo tempo em que insere cenas de batalha cheias de qualidade, além da direção de arte e de fotografia dignas de premiações, trazendo um filme bem balanceado e bem mesclado em todos os elementos.

Waititi contribui tanto que até empresta sua voz e seus movimentos ao personagem mais memorável do Ragnarok: Korg, o gigante de pedra com voz suave e coração ingênuo. Motivo de grande parte das risadas do filme, Waititi surpreende como Korg, provando que foi a maior adição ao MCU em 2017.

Além dele, Cate Blanchett prova o porquê de ter dois Oscars em casa, interpretando Hela de forma impactante, mesmo sem muita ameaça, mas com muita presença de cena, sem dúvidas.

E ainda, o filme traz a participação de Benedict Cumberbatch como o Doutor Estranho, rápida, mas importante e divertida, servindo para mostrar o nível de poder do futuro Mago Supremo da Terra.

Um filme agradável para os olhos e para a mente, Thor: Ragnarok será lembrado com carinho por todos os anos que vem, renovando a franquia do Thor de uma vez por todas.

P.S.: Dentre os easter eggs trazidos, o maior foi desbancado por Hela na visita à Sala de Tesouros de Asgard. A Manopla do Infinito que Odin (Anthony Hopkins) guardava, é falsa. Ou seja: só Thanos (Josh Brolin) pode controlar as Joias do Infinito mesmo. Quer mais empolgação pra Vingadores: Guerra Infinita?

4 – HOMEM-ARANHA: DE VOLTA AO LAR (Spider-Man)

Homecoming, 2017. Direção: Jon Watts. Roteiro: Jonathan Goldstein, John Francis Daley, Jon Watts, Christopher Ford, Chris McKenna e Erik Sommers. História: Jonathan Goldstein e John Francis Daley. Elenco: Tom Holland, Michael Keaton, Zendaya, Jacob Batalon, Marisa Tomei, Robert Downey, Jr.

Depois de estrear em Capitão América: Guerra Civil em 2016, a nova versão de Peter Parker/Homem-Aranha (Tom Holland) estreou, em 2017, o primeiro filme solo do Cabeça-de-Teia no MCU: De Volta ao Lar, fruto do acordo entre o Marvel Studios e a Sony Pictures.

Em De Volta ao Lar, Peter (veja nossa análise AQUI) aparece retornando à vida normal, enquanto tenta ser o Homem-Aranha ao mesmo tempo. E no meio dos dilemas de adolescente estadunidense e de super-herói, um criminoso tecnologicamente armado, Adrian Toomes/Abutre (Michael Keaton) cruza seu caminho, fazendo com que Parker inicie uma caçada para derrubar o Abutre e provar para Tony Stark (Robert Downey, Jr.) que é mais do que capaz de ser um Vingador.

Para os que achavam que Holland não iria se garantir, quebraram a cara. Para os que acreditavam que ele era bom, Holland se superou. Depois da performance aclamada em Guerra Civil, o ator sustentou um filme como o protagonista e provou pra todo mundo que é a melhor versão cinematográfica do Peter Parker, traduzindo todos os conflitos emocionais e sociais do adolescente Parker, combinados com todas as responsabilidades que ele tem que assumir como o Aranha, aproximando o personagem do público de uma forma que só os quadrinhos haviam conseguido.

Contando com um filme todo montado para um adolescente, sob a direção impecável do independente Jon Watts (provando que as apostas independentes, Watts, James Gunn e Taika Waititi, funcionam mesmo), Holland se aventura em um Curtindo a Vida Adoidado versão Marvel Studios. E com uma ajudinha de um elenco genial, incluindo Ned (Jacob Batalon), Michelle (Zendaya), May Parker (Marisa Tomei), a tia de Peter, e o Homem de Ferro, fica tudo mais fácil.

Quer mais que isso? Michael Keaton como o Abutre serve? Keaton mostra, mais uma vez, porque sempre foi um dos melhores atores de Hollywood, construindo o vilão mais realista possível para o jovem Homem-Aranha, ao mesmo tempo em que é ameaçador e determinado, surpreendendo e se tornando o melhor vilão do MCU em 2017 (nos deixando ansiosos pro seu retorno).

Tanto sucesso já confirmou uma sequência para o Homem-Aranha em 2019. Mas não vamos demorar a revê-lo: na Guerra Infinita ele retorna, com a icônica armadura do Aranha de Ferro. Esse é o melhor retorno pra casa.

3 – LIGA DA JUSTIÇA (Justice League, 2017)

Direção: Zack Snyder. Roteiro: Chris Terrio e Joss Whedon. História: Chris Terrio e Zack Snyder. Elenco: Ben Aflleck, Henry Cavill, Gal Gadot, Ray Fisher, Ezra Miller, Jason Momoa.

O filme mais esperado há anos pelos fãs de quadrinhos chegou aos cinemas em 2017: a versão cinematográfica da Liga da Justiça. Mas trouxe mais controvérsias do que imaginava, dividindo os fãs e se tornando polêmico.

No filme, após a morte do Clark Kent/Superman (Henry Cavill) nos eventos de Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça, a Terra fica sem seu defensor, e a notícia chega até o Lobo da Estepe (Ciarán Hinds), que resolve voltar à Terra e recuperar as misteriosas e poderosas Caixas Maternas. Para defender a Terra, Bruce Wayne/Batman (Ben Affleck) e Diana Prince/Mulher Maravilha (Gal Gadot) recrutam os meta-humanos Barry Allen/The Flash (Ezra Miller), Arthur Curry/Aquaman (Jason Momoa) e Victor Stone/Ciborgue (Ray Fisher) para formar a Liga da Justiça e combater o vilão.

Com todo esse potencial, o filme poderia ser, facilmente, o melhor filme do ano de 2017. Infelizmente, não foi. Com vários problemas na pós- produção do filme, ocasionados pela saída abrupta de Zack Snyder do comando, após o suicídio da filha, a substituição por Joss Whedon, diretor dos dois primeiros filmes dos Vingadores, trazendo uma visão totalmente diferente de Snyder, mais as refilmagens turbulentas, os gastos excessivos com a mal executada remoção digital do bigode de Henry Cavill, e os efeitos visuais muitas vezes com qualidade inferior, o resultado do filme foi abaixo do esperado, sem dúvidas.

Mas dizer que o filme foi um fracasso é muito forte. Apesar de todos os problemas, e de todos os erros, o filme teve vários acertos (mais do que erros).

O primeiro é a química entre a Liga. Os cinco (futuramente, no filme, seis) funcionaram muito bem juntos, em todas as cenas que aparecem, no mínimo, dois deles. Eles têm entrosamento, e mesmo com pouco tempo de cena no DCEU, o Universo Expandido da DC, eles passam a segurança de muito tempo com os personagens.

E individualmente, também arrasaram. Ben Affleck e Gal Gadot não precisavam provar mais nada pra ninguém: já se consolidaram como Batman e Mulher Maravilha, e administraram o filme.

Os novatos detonaram: Ezra Miller se consagrou como o cômico, inseguro e rápido The Flash; Jason Momoa trouxe o badass e “homão da p****” Aquaman com naturalidade; e Ray Fisher surpreendeu como o confuso, problemático, mas poderoso Ciborgue, o novato com mais tempo de cena.

E até Henry Cavill, que eu não suportava, se encontrou como o Superman no filme, finalmente trazendo o ar de simpatia, carisma, empatia e esperança que o Homem de Aço sempre teve, ficando confortável no papel do personagem.

Além disso, com cenas de luta bem construídas e empolgantes, trilha sonora com vários elementos clássicos e nostálgicos, combinados a releituras de canções clássicas e composições novas, junto a um vilão poderoso, forte e ameaçador, o filme se torna divertido, empolgante, e que dá vontade de assistir de novo.

E além do mais, é a Liga da Justiça. É a equipe da abertura clássica do desenho que tanto acompanhamos, que tanto nos inspirou e deu vontade de ser super-herói. As crianças, hoje adultos, voltando aos cinemas pra rever os seus heróis de infância, é um momento emocionante. Não dá pra não gostar.

P.S.: Além de momentos no próprio filme, a cena pós-créditos traz um gancho incrível para um futuro promissor do DCEU: o encontro entre Lex Luthor (Jesse Eisenberg) e Slade Wilson/Exterminador (Joe Manganiello), conversando sobre um negócio que nem importa, uma tal de “Liga dos Vilões”.

2 – MULHER MARAVILHA (Wonder Woman, 2017)

Direção: Patty Jenkins. Roteiro: Allan Heinberg. História: Zack Snyder, Allan Heinberg e Jason Fuchs. Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Robin Wright, David Thewlis, Elena Anaya, Connie Nielsen.

No momento em que Gal Gadot estreou em Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça e roubou a cena dos dois protagonistas, já tínhamos uma certeza: precisamos de um filme solo da Mulher Maravilha urgente. Graças a Deus, não demorou, e 2017 trouxe o primeiro filme da poderosa amazona (veja nosso especial AQUI).

O filme, que se passa bem antes de BvS, conta a origem de Diana, desde a sua infância na ilha de Temiscira, por todo o seu treinamento, até se tornar adulta e ter seu caminho cruzado com Steve Trevor (Chris Pine), um piloto estadunidense que traz consigo a Primeira Guerra Mundial.

Acreditando se tratar de uma obra de Ares, o Deus da Guerra, Diana foge da ilha junto com Trevor em direção à Guerra, pavimentando seu caminho para se tornar a Mulher Maravilha.

E se aparecendo pouco em Batman Vs. Superman, Gadot já fez um estrago imenso com os fãs, imagina no filme solo. Totalmente diferente de BvS, onde ela já era Diana Prince, madura e abatida por vários combates de várias décadas, em Mulher Maravilha a personagem é ingênua, inexperiente, e enfrenta um mundo desconhecido e misterioso para ela. Todavia, Gadot não perde a graça, a habilidade, a presença em momento algum, se mantendo forte e imponente em cena com sucesso. Foi o suficiente para que ela se tornasse um dos maiores ícones do cinema, das adaptações em quadrinhos, de tudo. Gal Gadot é unanimidade.

Pra ajudar ainda mais a fortalecer a Mulher Maravilha, do outro lado, David Thewlis (o nosso eterno professor Remo Lupin de Harry Potter) entrega um excelente vilão, Ares (ou Sir Patrick Morgan, o disfarce do Deus da Guerra). Com um plano genial e uma habilidade maléfica muito bem apresentada, Ares é uma ameaça nada menos que merecida para a primeira aventura de Diana, sendo um dos vilões mais ameaçadores do ano.

Além dele, Chris Pine entrega um simpático e corajoso Steve Trevor, que ao invés de ser um fardo, ajuda Diana na sua missão com força de vontade e muita habilidade, sendo imprescindível para a missão (mesmo com ela salvando a pele dele muitas vezes).

E o elenco de mulheres do filme é simplesmente maravilhoso: Robin Wright, nossa Claire Underwood de House of Cards, faz a melhor general Antíope possível, corajosa, determinada, forte e sempre charmosa; Elena Anaya como a brilhante Doutora Veneno, com uma mente brilhante e que constrói uma arma poderosa, sendo essencial para a ameaça da Guerra; e Connie Nielsen como a sábia rainha Hipólita, mãe de Diana, que balanceia a coragem das amazonas com os sentimentos maternos de preocupação e esperança pela filha.

Sob a direção de Patty Jenkins, que inseriu cenas de luta de altíssima qualidade, com excelente fotografia, e que exaltou perfeitamente o poder de Diana e das amazonas (elevando o girl power ao cosmos com sucesso), Mulher Maravilha é um dos filmes mais espetaculares do ano, sendo um dos melhores filmes de super-heróis já feitos, e enchendo não só o DCEU, mas o mundo de esperança, do jeito que só uma mulher maravilhosa conseguiria fazer.

1 – LOGAN (Logan, 2017)

Direção: James Mangold. Roteiro: Scott Frank, James Mangold e Michael Green. Elenco: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Boyd Holbrook, Stephen Merchant, Richard E. Grant, Dafne Keen.)

Poucos filmes de super-heróis são tão bons que são cultuados como “algo além”. Watchmen e a trilogia Batman de Christopher Nolan são bons exemplos. E pra um filme chegar a esse nível, requer muita qualidade em tudo. E isso, ninguém esperava que Logan (veja análise AQUI) iria conseguir fazer.

A terceira aventura do Wolverine adapta a famosa saga do Velho Logan, mostrando o Carcaju (Hugh Jackman) velho, abatido pelo tempo, e com seus poderes de regeneração afetados, cuidando do Professor Xavier (Patrick Stewart) idoso e com a doença de Alzheimer. E querendo ficar longe de confusão, cruza justamente com uma: Laura, a X-23, com seus mesmos poderes, sendo caçada pelos seus criadores.

Com a insistência de Xavier, Logan parte para mais uma missão, protegendo Laura até ela ficar segura.

Pode parecer um filme comum de super-heróis. Mas o resultado que tivemos foi um filme sem precedentes. Em todos os quesitos.

Se olharmos para a direção, veremos que James Mangold criou um ambiente distópico e sem esperança alguma, cheio de problemas e de dilemas da vida de uma forma que os filmes do X-Men nunca fizeram.

Com uma fotografia impressionante, paisagens belíssimas e tomadas únicas, Mangold faz, possivelmente, o filme de sua vida. E ainda faz um filme com cenas de luta brutais e com classificação etária elevada, sem pudor nem pena, do jeito que o Carcaju merece.

Se olharmos para as atuações, veremos performances de qualidades impecáveis. Dafne Keen, a novata do filme, surpreende como Laura, nos movimentos acrobáticos, e na atuação dual (primeiro calada, depois falante), bem como na relação construída com Logan ao longo do filme. Patrick Stewart, um gênio da sétima arte, mostra por que o papel do mutante com a mente mais poderosa do mundo sempre foi perfeito pra ele, agora abatido, idoso, doente, mas ainda ensinando Logan a viver.

E Hugh Jackman, que dispensa quaisquer apresentações no papel, interpreta Logan de um jeito jamais visto, com aquela raiva, brutalidade, mas cheio de sentimentos, de frustrações, mais humano do que nunca, menos Wolverine lutador e mais Logan pessoa, na atuação da sua vida.

E se olharmos pra carga emocional, não tem como não ser um filme importante e grandioso, sendo esse o filme de despedida de Jackman como Logan após 17 anos no papel. Jackman sente a despedida na alma, atua com pesar, com todo o tom de adeus que o filme tem, e nos passa todas as emoções misturadas: tristeza, saudosismo, gratidão.

Uma das maiores obras-primas do cinema, um filme de super-herói que nos fez chorar nos cinemas, Logan não é somente o melhor filme de super-heróis de 2017. É um dos melhores de todos os tempos.

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Um ajudante de super-herói perdido em Tatooine, com várias pedras de metanfetamina.

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