Filhos de Duna | Terceiro volume da saga Duna é relançado pele Editora Aleph

Editora Aleph já está com a pré-venda de Filhos de Duna, terceiro volume da grande obra do escritor Frank Herbert.

O texto a seguir contém trechos e comentários sobre alguns acontecimentos do segundo livro da saga e alguns podem ser considerados Spoiler.

É hora de quebrar o cofrinho… a Editora Aleph já anunciou em sua fanpage (AQUI) o lançamento do terceiro volume da saga Duna intitulado Filhos de Duna. No volume 3 temos o foco nos filhos de Paul Atreides com a fremen Chani.

Em Filhos de Duna o casal de gêmeos nascidos ao final do segundo volume da Saga divide os holofotes com Alia Atreides, irmã de Paul, que assume o trono após o desaparecimento do irmão que, mesmo com sua presciência, sucumbe a uma intrincada conspiração criada para recobrar o antigo status quo dos grupos alijados do poder após a subida do Muad’Dib ao trono de Duna com apoio dos exércitos fremen.

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Extremamente complexa e elaborada, a Saga Duna se inicia com o livro Duna, que apresenta um futuro distante em que a humanidade se espalhou pelo universo e colonizou inúmeros planetas; nesse contexto se desenrolam inúmeras disputas de poder político e comercial envolvendo o Imperium, a Guilda, as muitas Casas-famílias como os Atreides, Corrino, Harkonnen e muitas facções e ordens políticas de caráter filosófico-religioso como as Bene Gesserit, um tipo de ordem só de mulheres com grande poder de influência no Imperium como um todo (veja mais sobre o primeiro livro AQUI).

Tendo como palco principal o planeta Arrakis, popularmente conhecido como Duna, Frank Herbert guia seus leitores por uma das obras mais respeitadas e aclamadas da cultura pop em geral.

Duna integra o hall das grandes obras de fantasia e ficção ao lado de Senhor dos Anéis e Trilogia Fundação por diversos fatores, mas sobretudo por sua elaborada história que se estende por diversos focos paralelos de desenvolvimento e com personagens extremamente emblemáticos e cheios de nuances, um universo cheio de desdobramentos políticos, sociais e culturais explorados de forma natural, quase como se estivéssemos diante de uma cultura realmente diferente por um lado e ao mesmo tempo tão familiar por outro.

As tramas e conspirações da obra de Herbert são tratadas claramente no desenrolar dos capítulos de seus livros, sempre expondo, nos entre-capítulos, aspectos históricos, citações, provérbios e outros texto que enriquecem ainda mais seu universo, permitindo também ao leitor ter vislumbres do futuro que está ainda distante, como se em nossas mãos estivesse mesmo um exemplar das crônicas desse futuro enviado a nós pelo espaço-tempo.

O próprio planeta Duna é cheio de dubiedades. O melange, a especiaria que dá longevidade aos seus consumidores é a grande engrenagem dos desertos do planeta e cobiça das casas-família, do império e da Guilda do comércio.

Em Duna habitam os misteriosos fremen, o povo semi-nômade que leva Paul Atreides ao poder na batalha de Arrakina, derrotando o imperador Shaddam IV (da casa Corrino, pai da princesa Irulan) e suas legiões de Sardaukar, até então um exército de guerreiros praticamente invencíveis.

Filhos de DunaIntimamente ligados aos vermes de areia, esse povo do deserto também leva adiante o jihad em nome do imperador presciente no segundo volume da obra de Herbert, livro que nos mostra os desdobramentos da batalha pelo controle da galáxia.

Situado 12 anos após a batalha de Arrakina, O Messias de Duna mostra Arrakis como a nova capital imperial e tudo o background político em torno de Paul e sua irmã Alia, ambos tendo de lidar com a volta de Duncan Idaho sob influência dos Tleilaxu, um grupo similar as Bene Gesserit, só que muito mais perigosos no que se refere a ataques físicos, manipulações e assassinatos, uma vez que seus dançarinos faciais podem assumir as feições de outras pessoas no intuito de executar suas maquinações.

No contexto do segundo livro a ameaça parte justamente de uma conspiração movida pelos Tleilaxu, as Bene Gesserit, a Guilda e a casa Corrino. Scytale, o dançarino facial, manipula acontecimentos dentro das fileiras dos próprios fremen, articulando traições entre os que estão insatisfeitos com o rumo do jihad do Muad’Dib; enquanto Edric, piloto presciente da Guilda, oculta a existência do grupo conspirador da visão de Paul para que Irulan e a reverenda madre Helen Gaius Mohian possam convencer Paul a gerar um herdeiro com a princesa consorte, uma vez que, é de conhecimento de todos, que o casamento com Irulan sempre foi apenas um estratagema para atingir o trono do Imperium e consolidar uma trégua frágil com o imperador deposto, pai da princesa.

Atormentado por visões que não compreende, “cegado” em algum ponto pela interferência de Edric cujo dom da presciência também é fruo do melange, Paul se torna ainda mais vulnerável com o retorno do amigo e lugar-tenente Duncan Idaho, aparentemente morto na retomada de Arrakis por parte dos Harkonnen com auxílio das legiões imperiais dos Sardaukar.

Duncan é transformado em um ghola, uma criatura nova criada a partir do cadáver de alguém. Manipulado pelos Tleilaxu, Idaho é o encarregado de desferir o golpe final em Paul e seu império justamente por ser alguém do passado do imperador e grande amigo do Duque Leto Atreides em vida.

Magistralmente escrito, o segundo volume da saga expande ainda mais o riquíssimo universo criado por Herbert em uma narrativa rápida e muito bem encadeada, revelando e ocultando motivações constantemente, de modo a manter o leitor imerso nas areias dos desertos de Arrakis.

Sem sombra de dúvidas a chegada do terceiro volume da saga vem enriquecer as estantes não só dos apreciadores da boa Sci-fi, mas de todo ávido leitor da boa Literatura. Filhos de Duna também chega para reforçar o já consistente trabalho da Editora Aleph em publicar o que há de melhor na Sci-fi mundial em nosso país.

Sem sombra de dúvidas, Filhos de Duna é um dos melhores lançamentos do ano de 2014.

Ao todo a saga Duna se desdobra ao longo de seis livros, sendo que o primeiro pode ser lido de forma isolada e contextualiza todo o background da complexa trama. No Brasil a saga Duna se encontra em fase de republicação pela editora Aleph.

  • Duna (1965)
  • O Messias de Duna (1969)
  • Os Filhos de Duna (1976)
  • O Imperador-Deus de Duna (1981)
  • Os Hereges de Duna (1984)
  • As Herdeiras de Duna (1985)

Filhos de Duna | Ficha técnica

  • ISBN: 978-85-7657-165-0
  • Tradução: Maria Silvia Mourão Netto
  • Edição: 1ª
  • Ano de lançamento: 2014
  • Número de páginas: 432
  • Acabamento: Brochura
  • Formato: 16x23cm

 

Sobre o Autor

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Designer de produtos e gráfico, mestre em comunicação, professor.

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