Agentes da S.H.I.E.L.D.

Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão.

Se não assistiu não leia, tem spoilers, sim.

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Quem poderia imaginar um dia que a Marvel Comics seria sinônimo de planejamento e qualidade nas telas do cinema? Afinal, sua imagem esteve atrelada durante décadas a produções de baixo orçamento e qualidade duvidosa e sempre levava uma surra da Distinta Concorrência nesta área.

No entanto o mundo dá voltas caro marvete, e hoje este planejamento resultou em uma enxurrada de filmes, onde a primeira fase foi um sucesso, com produções que mantiveram uma média entre si e principalmente criaram o tão almejado universo compartilhado nos cinemas, similar as HQs, e a fase 2 já começou, mesmo com o polêmico Homem de Ferro 3.

Contudo a telona não é a fronteira final, como Galactus, o Devorador de Mundos, a Marvel tem “fome” e agora aporta nas telinhas, território até então, dominado pela Distinta Concorrência. A nova série da Marvel é Agentes da S.H.I.E.L.D., sob a batuta de Joss Whedon, afinal o cara desenvolveu o toque de Midas com o sucesso de Os Vingadores e manja como ninguém em criar  séries para TV ( Buffy, o spin-off Angel, Serenity, Dollhouse entre outras) sem contar que foi responsável por um dos mais memoráveis arcos de HQs quando estava a frente  dos roteiros de Surpreendentes X-Men. Agentes da S.H.I.E.L.D. estreou no dia 24 de setembro nos EUA pelo canal ABC e no Brasil em 26 de setembro pelo canal pago Sony.

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Sendo assim já temos dois episódios exibidos, o primeiro se concentrou em apresentar os personagens que formam a equipe do agente Phil Coulson, sim ele mesmo, o cara que foi “morto” pelo Loki em Os Vingadores. As primeiras explicações sobre sua suposta morte são desencontradas, segundo o próprio Coulson em sua primeira aparição no episodio piloto, ele afirma que ficou morto por 40 segundos, mas foi revivido e fora mandado para o Haiti para se recuperar e agora esta bem, pela reação da agente Maria Hill (Cobie Smulders), que também dá as caras no piloto e reforça a ligação direta com os eventos de Os Vingadores – e pela conversa que a mesma desenvolve com um médico – a história não é bem essa.

Temos assim o primeiro mistério implantado dá série, o que aconteceu realmente com o agente Phil Coulson? Os fãs de plantão foram rápidos em especular e já se prevê que talvez ele seja um MVA (Modelo de Vida Artificial), algo familiar para quem acompanha os quadrinhos da Marvel.

Além de Coulson que esta no comando, os demais membros que formam a equipe são o agente Grant Ward (Brett Dalton), perito em combate corpo a corpo, a piloto e especialista em artes marciais, agente Melinda May / “A cavalaria” (Ming-Na Wen), os “crânios” do time são os agentes Jemma Simmons (Elizabeth Henstridge) e Leo Fitz (Iain De Caestecker). A eles se junta a hacker Skye (Chloe Bennet), que também esta envolta em mistérios e pode ser uma agente dupla…

Agentes Ward, May, Simmons, Fitz e Skye.
Agentes Ward, May, Simmons, Fitz e Skye.

No demais temos o vilão da semana, várias citações aos eventos de Os Vingadores e demais filmes Marvel, piadinhas é lógico, a aparição de uma organização secreta denominada Maré Crescente, referências ao vírus Extremis, ao soro do super soldado, aparecendo também o carro voador ao qual Nick Fury usa nas HQs, só que quem esta utilizando o veiculo é Coulson e outras pequenas tiradas que remetem a mitologia da Marvel (Ei, cara! Vai assistir a série, não conto mais nada do piloto…)

Depois de ser bem recebida pela grande maioria do publico e por boa parte da critica especializada, inclusive com direito a avaliações de peso dos escritores James Robinson, que achou o episódio excelente, e Kurt Busiek que classificou a série como divertida. Agentes da S.H.I.E.L.D. bateu recordes, sendo a maior audiência de uma estreia de série na rede de TV ABC nos últimos quatro anos, atingindo um público de 11,9 milhões de espectadores.

Passando com certa folga no primeiro teste, chegamos ao segundo episódio, a série tenta manter o mesmo ritmo, vamos acompanhar a primeira missão em campo da equipe chefiada por Coulson, mote para vermos como a mesma funciona e principalmente o que não funciona no novo grupo, criando o cenário perfeito para trabalhar os conflitos gerados neste tipo de situação.

A trama gira em torno de um artefato alienígena encontrado em um templo no Peru, com direito a policia local, guerrilheiros, piadinhas aos montes, pancadaria, e várias citações aos filmes da Marvel. Contudo este segundo episodio desacelera em relação ao primeiro, o grande trunfo é a aparição de Nick Fury (Samuel L. Jackson) quase no final do mesmo…

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Feitas as devidas explanações, vamos as considerações de Agentes da S.H.I.E.L.D até o momento. A série é uma grande incógnita, ela é bem produzida, tem efeitos legais e o agente Coulson sem duvidas é a engrenagem principal que leva cada episódio exibido nas costas, contudo vi uma preocupação extremada em mostrar através de citações que “ei! somos derivados dos filmes da Marvel”; o que lembrou muito o execrável HF3.

Citações aos montes não substituem aparições de elementos do Universo Marvel nem nas telinhas muito menos na tela grande. Estamos rumando para o terceiro episódio, está na hora de ultrapassar o limite do comportado e confortável, e mostrar a que veio (Ou como diria o Coisa; “Tá na hora do pau”), afinal Agentes da S.H.I.E.L.D. é uma das peças desta segunda fase do Universo Marvel live action e ,”diga-se de passagem,” com grandes possibilidades se bem explorada.

Thor 2: O Mundo Sombrio se aproxima, devemos ter reflexos na série com toda certeza, e quem sabe os filmes comecem também a ter reflexos da mesma, não sei se Thor 2, mas os próximos deveriam, já que a série já vai estar mais estabelecida, ou não? Ao menos é isto que se espera, já que a premissa da mesma é aprofundar esta mitologia nas telinhas, pois os filmes cuidam de situações mais especificas.

Bom, a Marvel tem uma oportunidade impar para inovar e fazer o que a Distinta Concorrência não fez com seus produtos até o momento (sabe-se lá o que esperar deste Superman X Batman). Interligar tudo e amplificar a sensação de imersão dos expectadores é um excelente começo, mas que tal ir além? Quem sabe fazer séries de personagens que não renderam bem nas telas do cinema, como o Justiceiro, Demolidor o próprio Motoqueiro Fantasma e mais, trazer de volta Blade; inserido em uma destas séries ou apresentar o Doutor Estranho, Cavaleiro da Lua, Punho de Ferro, Luke Cage e outros heróis neste formato?

Teríamos series tanto com uma pegada mais policial e outras apresentando o universo místico da Marvel, seriam saídas para não queimar personagens que talvez não tenham tanta força para segurar franquias na telona, e que tal transformar o agente Coulson no sintozóide Visão no transcorrer da série e depois rumar para o cinema? Ai sim, teríamos um puta evento e aumentaria assim a pertinência de Agentes da S.H.L.E.L.D. neste universo compartilhado…

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Bem, não custa nada especular, no demais vou acompanhar esta bagaça para ver onde isso vai dar. Hill, Skye, May e Simmons valem o esforço e para não ser injusto torço para que a série decole, pois o agente Coulson merece. ;D

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Sobre o Autor

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É Bacharel em Psicologia, porém optou por sua grande paixão trabalhando como ilustrador e quadrinhista. É sócio do Pencil Blue Studio e Ponto Zero, podendo assim viver e falar do que gosta: quadrinhos, cinema, séries de TV e literatura.

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